La estava eu...
Olhando para mim mesmo através de um reflexo transmitido pelo mar.
Não sei por porque mais sentia o desejo de me atirar naquela imensa coisa azul que chamam por ai de oceano, alguma coisa estava me chamando ali em algum lugar,
como alguém que chama uma criança e põe-se a
lhe oferecer um brinquedo... E por algum motivo eu já me sentia atraído
por aquele “brinquedo”.
Conforme os momentos se passavam,
parte de cada memória minha se dissipava e meu corpo parecia estar oscilando
e havia momentos em que eu pensava que ia desaparecer.
Decidi então tomar uma decisão que já tinha de ser tomada há muito tempo,
me joguei oceano abaixo sem nem mesmo saber por que,ao ficar totalmente submerso ouvia uma voz muito familiar, a qual não pudera distinguir pelo fato de estar com a memória um tanto quanto debilitada.Segui nadando em direção a voz não sei por que... Depois de alguns segundos notei uma coisa que me intrigava, eu estava dentro da água e respirando, não faço ideia de como aquilo estava acontecendo.
Chegando perto de onde aquela voz saia, consegui avistar alguém, mais não sabia quem poderia ser, não pelo fato da memória era porque o mar se encontrava muito agitado, e quando eu digo MUITO não é exagero...
Aquela voz estava a gritar por um nome,
não imaginava de quem podia ser esse nome, a memória vinha a ficar cada vez mais fraca.
De repente a voz resolveu alterar o chamado para “EU”, não conseguia entender porque motivo alguém que estava em desespero chamaria a si mesmo. Depois de ter pensado nisso, cheguei a uma conclusão, me aproximei mais ainda para ter certeza do que havia concluído e percebi que estava totalmente correto... se tivesse alguém alem de mim ali naquele lugar, pediria para me beliscar pois parecia ser alucinação. Exato, não havia ninguém além de mim ali por incrível que pareça aquele que gritava “EU”, era na verdade eu... irônico não?
Enfim eu não sabia mais o que fazer, não sabia se voltava para a superfície ou se ia mais alem, onde via eu mesmo sendo tragado por um tipo de “buraco negro marítimo”, então resolvi descer...
Na medida em que a memória ia sumindo os grito iam também se intensificando, os gritos já estavam estrondosos pois eu já nem lembrava mais o meu próprio nome,cheguei bem ao lado do ser que gritava, que no momento não passava de um feixe de luz branca quase se apagando,agarrei-o e nadei desesperadamente para a superfície, a medida que subia notava que não estava conseguindo respirar, estava a ponto de desmaiar mais aguentei firme, minha memória que ia aos poucos se reestabelecendo me fez lembrar que eu estava a salvar a mim mesmo e consequentemente isso me deu mais força para nadar oceano acima.
Ao chegar então a superfície, antes de desmaiar na margem de uma praia me lembro de ter ouvido um adeus em tom de gratidão, talvez fosse eu mesmo me dizendo obrigado.Não me lembro de mais nada depois disso enfim acordei no mesmo lugar aonde tudo aquilo havia começado, olhando para meu reflexo no mar, e percebi que as vezes ao estar em apuros ao invés de nos desesperarmos e irmos de porta em porta pedindo ajuda, devemos nós mesmos nos ajudar pois nem sempre quem esta do nosso lado pode nos socorrer em todos os problemas de nossas vidas.
PS. Don't Worry
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